Mário Cravo Jr.
O artista baiano Mário Cravo Júnior nasceu em 13 de abril de 1923, em Salvador. É escultor, pintor e desenhista. Um dos mais importantes artistas plásticos da atualidade.
A partir de 1938, iniciou-se em desenho e executou suas primeiras esculturas.
Em 1945-46, trabalhou no atelier do escultor baiano Pedro Ferreira, autor do majestoso conjunto escultórico A Visão de São Francisco, do altar-mor da Igreja de São Francisco.
Em 1945, casou-se com Maria Lúcia Ferraz Cravo e estagiou no atelier do escultor Humberto Cozzo (1900-1981), no Rio de Janeiro.
Em 1947, realizou sua primeira exposição individual, com esculturas e gravuras, no Edifício Oceania, na Barra. Nesse ano, nasceu seu filho Mário Cravo Neto e que também se tornou escultor e fotógrafo, falecendo em 2009.
Ainda em 1947, seguiu para os EUA e trabalhou na Siracuse University, Estado de Nova York, como aluno especial do escultor Ivan Mestrovich. Depois instalou seu atelier na Greenwich Village e fez uma exposição individual na Norlyst Gallery.
Em 1949, de volta a Salvador, impulsionou o movimento de arte moderna, junto com outros artistas na Bahia, como Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, Carybé, Jenner Augusto e Rubens Valentin.
Ainda em 1949, fez o monumento a Ruy Barbosa, em bronze, para o Fórum de Salvador.
Em 1950, instalou seu atelier no Rio Vermelho e passou a pesquisar fontes de arte popular e erudita, com aproveitamento de formas naturais.
Em 1954, graduou-se em Belas Artes pela UFBA. No mesmo ano, tornou-se livre docente da cadeira de gravura da Escola de Belas Artes na Universidade Federal da Bahia, e passou a expor suas esculturas nas principais capitais do Brasil.
Em 1955 realizou sua primeira grande exposição ao ar livre com esculturas em madeira e pedra sabão em Salvador. Em 1958, no mesmo local, uma outra com esculturas em ferro e, em 1959, na Praça da República em São Paulo.
Em 1958, fez a Sereia de Itapuã, em homenagem aos pescadores. Feita em ferro, pintada de prata, com cerca de 1,6 metros, e assentada em granito.
Em 1960, representou a escultura brasileira na XXX Bienalle Intenazionale D’Arte Venezia.
Em 1964, mudou-se para a Alemanha onde fez várias exposições. Depois seguiu para os Estados Unidos, onde realizou três exposições individuais e fez palestras em doze universidades.
Em 1966, recebeu o título de Doutor em Belas Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.
Em 1970, executou, para a Prefeitura do Salvador, a Fonte da Rampa do Mercado, em fibra de vidro com estrutura metálica e iluminação. Tem 16 metros de altura. Instalado no local do antigo Mercado Modelo, incendiado no ano anterior.
Depois, mudou-se para o bairro da Federação e passou a esculpir com técnicas de resinas de poliéster e plásticos reforçados. Em 1973, fez os vitrais e objetos litúrgicos da Capela de N. S. da Assumpção do Hospital Português.
De 1973 a 1980, retornou à técnica do metal batido, executando trabalhos de médio e grande porte para entidades privadas, municipais e estaduais. Dedicou atenção especial ao relacionamento da Escultura com Arquitetura e Paisagismo.
Entre 1980 e 1983 construiu o Cristo Crucificado de 15 m de altura e 12 m de largura para a Cidade de Vitória da Conquista. Em 1981, coordenou a implantação do curso de especialização em Gravura e Escultura, na Escola de Belas Artes da UFBA. Por volta de 1986, participou, pela quarta vez, do Comitê Internacional de Jerusalém e realizou uma exposição individual de desenhos em Zurique, na Suíça.
A partir de 1994, iniciou o Espaço Cravo, em Pituaçu, mantido pelo Governo da Bahia. É um parque de escultura ao ar livre e centro cultural para difusão das artes, integrado com a rede de ensino.
Em 1996, fez escultura de grande porte em inox (luminária) para o Parque do Museu de Arte Moderna do Solar do Unhão. Em 1998, realizou uma exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia, intitulada Formas e Mitos, onde apresentou esculturas de grande porte no jardim externo, e no edifício principal. Em 1999, fez a Cruz Caída do Belvedere da Sé para a Prefeitura de Salvador, uma escultura monumental em aço inox com 12 metros de altura.
Mário Cravo Júnior faleceu em 1º de agosto de 2018, em Salvador.
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Mário Cravo junto ao seu Tocador de Berimbau, em sua antiga casa no Rio Vermelho, em Salvador, nos anos 1950. Mário Cravo, ele próprio, era capoeirista e tocava berimbau.
O Tocador de Berimbau (1951) foi feito em madeira vinhático, com três metros de altura. Foi exposto no Belvedere da Sé, em Salvador, em 1955. Fazia parte do acervo do Hotel Nacional, em Brasília, quando foi leiloado em 2013.
Embaixo, mestres de capoeira (mestre Waldemar da Paixão, à direita) praticam sua arte junto da mesma escultura (fotos de autor não identificado, acervo de Jonildo Bacelar).
(1923 - 2018)
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Mestre Waldemar da Paixão (1916-1990)
Mário Cravo Jr.