Carlos Ott
O alemão Carlos Ott foi arqueólogo, antropólogo e historiador baianista, dedicou-se especialmente à arte sacra baiana, tornando-se um dos mais importantes especialistas nessa área.
Karl Borromaeus Ott, nasceu em 13 de outubro de 1908, em Bieringen, Estado de Wuertemberg, Alemanha. Chegou no Brasil, em 1928, como missionário da Ordem dos Franciscanos. Era o Frei Fidélis.
Posteriormente foi para Roma, onde doutorou-se, em 1937, na Universidade Pontifícia Romana de Santo Antônio. Depois seguiu para a Alemanha, onde estudou por mais um ano na Universidade de Munique.
Em 1944, tornou-se titular da cadeira de Etnologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, posteriormente incorporada à UFBA, onde ensinou por 33 anos. Nesse curso, Ott introduziu o ensino de folclore baiano. Ele também foi professor de latim e Estudos Baianos, por muitos anos, no Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA), no Barbalho, em Salvador.
Carlos Ott largou a batina, teve filhos e se dedicou à pesquisa e ao ensino de História e Etnologia. Conhecia a língua portuguesa como poucos, sem nunca perder seu forte sotaque germânico. Faleceu em Salvador, em 1997. Posteriormente, foi homenageado como nome de rua no bairro de Stella Maris, em Salvador.
Durante 25 anos contribuiu, como pesquisador, para o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual Iphan). Na revista dessa instituição, são seus os artigos: Os Azulejos do Convento de São Francisco da Bahia (nº7, 1943). A Santa Casa da Misericórdia da Cidade do Salvador (Vol. 21, 1960). Também era membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, com dois artigos publicados na revista do Instituto: Documentos inéditos da História e Geografia da Bahia (1948-9) e Influência Portuguesa na Formação da Cultura Baiana no Século XVII (1956).
Na revista Afro-Ásia do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (Ceao), publicou os artigos: A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Pelourinho (nº 6-7, 1968). A Transformação do Culto da Morte da Igreja do Bonfim em Santuário de Fertilidade (nº 8-9, 1969) e A Influência Arábica na Arte Baiana (nº 10-11, 1970).
Deixou vários livros publicados, como:
Vestígios de Cultura Indígena no Sertão da Bahia (1945).
Formação e Evolução Étnica na Cidade do Salvador (tomo I, 1955 - tomo II, 1957).
Pré-História da Bahia (1958).
Bailes Pastoris (1958).
Sta. Casa da Misericórdia da Cidade do Salvador (1960).
História da igreja de Nossa Senhora do Rosário de Cachoeira (1978).
Atividades Artísticas nas Igrejas do Pilar e de Santana da Cidade do Salvador (1979).
Evolução das Artes Plásticas nas Igrejas do Bonfim, Boqueirão e Saúde (1979).
A Casa da Câmara da Cidade do Salvador (1981)
A Escola Bahiana de Pintura (1982).
Monumentos Históricos e Artísticos do Município de São Francisco do Conde (1984).
A Catedral da Cidade do Salvador (1987).
História das Artes Plásticas na Bahia, 1550-1900 (1991).
Povoamento do Recôncavo pelo Engenho, 1536 a 1888 (1996).
Atividade Artística da Ordem 3ª do Carmo da Cidade do Salvador
(1998).
Após a morte desse incansável e meticuloso pesquisador, seu acervo foi doado ao Centro de Estudos Baianos da UFBA, incluindo 1.600 livros, 228 títulos de periódicos e documentos pessoais. Sua contribuição à história da cultura baiana é imensa, imensurável e pioneira em muitos aspectos.
Por Jonildo Bacelar, aluno de Carlos Ott.
O professor Carlos Ott (primeiro à esquerda), em 1979, durante homenagem por ocasião do lançamento de seu livro Atividade Artística nas Igrejas do Pilar e de Sant'Ana da Cidade do Salvador.
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Procissão no adro da Igreja do Pilar, foto de Voltaire Fraga, publicada no livro Formação e Evolução Étnica na Cidade do Salvador, em 1955, de Carlos Ott.
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Carlos Ott
(1908 - 1997)