Pirajá da Silva
Pirajá da Silva foi um professor e médico especialista em doenças tropicais, descobridor e identificador do agente patogênico da esquistossomose, entre outras contribuições para a Medicina.
Manuel Augusto da Silva nasceu em Camamu, na Bahia, em 28 de janeiro de 1873. Filho do desembargador Eduardo Augusto da Silva e de Veridiana da Silva Pirajá. O nome Pirajá foi acrescentado à família por seu avó materno, em homenagem a Batalha de Pirajá, vencida pelos brasileiros, em 1822, na Guerra da Independência do Brasil.
Em 1891, ao se matricular na tradicional Faculdade de Medicina da Bahia, Manuel Augusto incluiu também o sobrenome materno, passando a se chamar Manuel Augusto Pirajá da Silva. Concluiu o curso em 1896.
Depois trabalhou como clínico em Amargosa, na Bahia, e em Manaus, no Amazonas. Retornou a Salvador e, em 1902, passou a ensinar Clínica Médica na Faculdade de Medicina.
Em 1908, após alguns anos pesquisando doenças tropicais, descobriu e realizou a completa descrição do Schistosoma mansoni, o parasita que provoca a esquistossomose intestinal. Esse trabalho foi publicado, no mesmo ano, no periódico francês Archives de Parasitologie, com o título La Schistosomose à Bahia. Nessa época, Pirajá da Silva fazia suas pesquisas no antigo Instituto Clínico do Hospital Santa Izabel, em Salvador, pois este era, então, o hospital escola da Faculdade de Medicina da Bahia.
Em 1909, foi para a Europa estudar no Instituto Pasteur de Paris e no Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo, na Alemanha.
Retornou à Bahia e tornou-se professor de história natural médica e de Parasitologia, na Faculdade de Medicina.
Em 1954, recebeu a medalha Bernhard Nocht, do Instituto de Medicina Tropical (Bernhard-Nocht-Institut für Tropenmedizin), de Hamburgo. Em 1956, recebeu do presidente Juscelino Kubitschek, a grã-cruz da Ordem do Mérito Médico.
Aposentou-se em 1935 e seguiu para São Paulo, onde dirigiu a Seção de Botânica Médica do Instituto Butantan.
Foram muitas as contribuições de Pirajá da Silva para a Medicina. Muitos de seus trabalhos foram publicados no Brasil e na Europa. Ele doou várias fotografias da Bahia antiga para Edgard de Cerqueira Falcão, publicadas no livro Relíquias da Bahia, em 1940.
O cientista baiano morreu em 1º de março de 1961.
Acima, selo comemorativo da descoberta e identificação do Schistosoma mansoni. Embaixo, o antigo Instituto Clínico, do Hospital Santa Izabel, em Salvador, onde Pirajá da Silva descobriu e identificou o Schistosoma mansoni, em 1908.
Pirajá da Silva.
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