José Teófilo de Jesus

O artista baiano José Theóphilo de Jesus nasceu em 1758, em Salvador. Destacou-se na pintura sacra e suas obras estão espalhadas em várias igrejas da Bahia e de Sergipe, além de museus. Foi um dos mais notáveis artistas brasileiros da primeira metade do século 19.

Sabe-se que ele foi militar, sendo nomeado, em 1788, para o posto de Porta Bandeira do 4º Regimento de Artilharia da Cidade da Bahia.

Teófilo de Jesus foi discípulo de José Joaquim da Rocha (1737-1807), fundador da Escola Baiana de Pintura, e ajudou seu mestre na execução de várias obras, principalmente em atividades como douramento e encarnação de imagens. Aprendeu com seu mestre a arte da pintura decorativa ilusionista, mas sem nunca superá-lo.

Ele viajou a Lisboa para aperfeiçoar-se na arte de pintura. Carlos Ott localizou seu nome nas listas de viajantes encontrados no Tejo, em 1794. Lá, ele frequentou a Aula Régia de Desenho e foi aluno do pintor Pedro Alexandrino de Carvalho (1729-1810).

Retornou a Bahia por volta de 1801 e casou-se, em 1808, com Vicência Rosa de Jesus. Faleceu ao cair de um andaime enquanto pintava o teto da Igreja Matriz de Divina Pastora, em Sergipe, em 1847, uma de suas melhores obras.

Theóphilo de Jesus pintou obras sacras e profanas. Sua produção foi imensa. Segundo Carlos Ott, existe dificuldade em se atribuir alguma obra a Theóphilo de Jesus antes de sua partida para Lisboa, em 1794. Em seu livro, A Escola Bahiana de Pintura, Ott lista 131 obras atribuídas a Theóphilo de Jesus, realizadas na Bahia e em Sergipe, onde se destacam suas obras nas cidades de Maruim, Laranjeiras, Divina Pastora e Itaporanga d'Ajuda.

Entre suas obras em Salvador, estão:

1793 - pintura de quatro painéis nas paredes laterais da Capela do Santíssimo Sacramento da Sé Primacial.

1802 - pintura de quatro painéis, atualmente desaparecidos, de acordo com contrato feito com a Ordem Terceira de São Francisco.

1803 - quadro do Senhor do Bonfim (desaparecido) para a Santa Casa de Misericórdia.

1817 - pintura do forro da nave da Igreja da Ordem 3ª de Nossa Senhora do Carmo, iniciados em 1815.

1819 - pintura do forro da nave da Igreja do Recolhimento dos Perdões.

1823 - Retrato de Dom Pedro I para a Prefeitura de Salvador.

1826 - pintura do forro da nave da Igreja dos Órfãos de São Joaquim.

1837 - painéis da Igreja do Bonfim.

1837 - pintura do forro da nave da Igreja Matriz do Pilar.

1845 - pintura dos painéis laterais dos altares da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco.

1845 - vinte e três retratos para o Convento da Piedade, hoje existentes na Casa dos Sete Candeeiros.

Também, a Igreja de São Pedro, demolida em 1913, tinha obras deste artista baiano.