Guerra do Paraguay - 1864 a 1870
Em meados do século 19, o Paraguay era uma próspera nação. Até 1840, o País era fechado e buscava autossuficiência. Naquele ano, assumiu o poder, o ditador Carlos Antonio López, que abriu o Paraguay ao comércio exterior.
A prosperidade paraguaya contrariava o ditador argentino Juan Manuel Rosas, que impôs um bloqueio comercial ao Paraguay e negava-se a reconhecer a independência desse país. Carlos López viu suas pretensões de integração com o comércio mundial ameaçadas e montou um poderoso exército, com apoio da Alemanha.
A partir de 1862, seu filho Francisco Solano López deu continuidade ao desenvolvimento do Paraguay e incentivou a imigração de europeus.
Questões de fronteira com a Argentina e o Brasil, além do domínio do Rio da Prata, alimentaram o conflito. O Paraguay tentou aliar-se ao Uruguay, mas este integrou a Tríplice Aliança, com o Brasil e a Argentina.
A Guerra eclodiu em 13 dezembro de 1864, quando Solano López declarou guerra ao Brasil e invadiu o Mato Grosso (em área do atual Mato Grosso do Sul), buscando uma saída independente para o Oceano Atlântico. Com forças bem armadas, com cerca de 80 mil homens, López teve êxitos no início do conflito.
Em 1865, os paraguayos invadiram Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O Ministro da Guerra, o baiano Angelo Moniz da Silva Ferraz enviou tropas para a região. O Imperador D. Pedro II chegou no Rio Grande do Sul, em julho de 1865. Os paraguayos, em Uruguaiana, renderam-se em 18 de setembro. Mas a Guerra continuou.
O fluminense Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, acompanhou o Imperador até Uruguaiana. Em 1866, ele foi nomeado pelo baiano Zacarias de Góis e Vasconcelos, então chefe do Gabinete do Império, para ser o comandante das forças brasileiras na Guerra. Caxias teve participação fundamental para a vitória da Tríplice Aliança.
Solano López morreu em Cerro Corá, em 1º de março de 1870, na última batalha da Guerra.
Durante os seis anos de guerra, mais de 60 mil soldados da Tríplice Aliança morreram. Ao fim da Guerra, o Paraguay estava arrasado e o Brasil, endividado. Foi o maior conflito armado da América do Sul.
O acordo de paz foi assinado pelo baiano José Maria da Silva Paranhos, em 1870, que recebeu o título de Visconde do Rio Branco.
Continuação do século 19:
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O coronel Faria da Rocha em revista às tropas brasileiras, em Tayi, cerca de 1868.
O Anjo da Vitória em Salvador, um projeto do artista baiano João Francisco Lopes Rodrigues, inaugurado em 1874, dedicado à vitória do Brasil na Batalha de Riachuelo.
Na segunda metade do século 19, surgiram vários monumentos festejando a vitória do Brasil na Guerra do Paraguay. Praças, escolas e avenidas foram nomeadas com nomes de seus heróis. O récorde dessas homenagens foi ao fluminense Duque de Caxias.
O presidente paraguayo Francisco Solano López (1826-1870).
A heroína baiana Anna Nery em selo de 1967. Anna Justina Ferreira Nery (1814-1880) nasceu em Cachoeira, Recôncavo Baiano. Por sua dedicação como enfermeira no Corpo de Saúde do Exército, na Guerra do Paraguay, onde lutaram seus três filhos, Dom Pedro II concedeu-lhe o título de Mãe dos Brasileiros. É a patrona dos Enfermeiros do Brasil. Em 2009, entrou para o livro dos Heróis da Pátria, no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.
O fluminense Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), o mais celebrado herói da Guerra do Paraguay e Patrono do Exército Brasileiro. Recebeu o título de Duque de Caxias, em 1869 (tela de autor não identificado, c. 1861).
O baiano Visconde do Rio Branco, pai do Barão do Rio Branco. José Maria da Silva Paranhos nasceu em Salvador, em 16 de março de 1819. Foi catedrático em Matemática, jornalista, diplomata e abolicionista. Assinou o acordo de paz da Guerra do Paraguay, em 1870, pelo que recebeu o título de Visconde do Rio Branco. Em 1874, fundou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, da qual foi diretor de 1875 a 1877.
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