Quando Colombo descobriu a América ele estava errado. As Índias, que ele buscava, estavam do outro lado do mundo. Além disso, ele desembarcou em terras portuguesas, segundo o Tratado de Alcáçovas.
Quando Cabral descobriu o Brasil, para os europeus, ele também não tinha consciência da dimensão do feito. Seria apenas uma ilha ao leste da Ásia, como outras indicadas em mapas da época.
Entretanto, estratégias não costumam ser escritas e, às vezes, mantêm-se em segredo para sempre. Determinar fatos históricos não é simples, conhecemos apenas as versões que ficaram.
A História do Brasil é fascinante. Mesmo antes do domínio europeu, até a transformação numa grande Nação, unida pela mesma língua.
Os brasileiros vencem os portugueses em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, em 25 de junho de 1822. Foi a primeira vitória importante do Brasil na Guerra da Independência. O Recôncavo era o principal reduto dos portugueses leais a Lisboa, em solo brasileiro.
Na foto acima, detalhe da tela de Antônio Parreiras "O Primeiro Passo para a Independência da Bahia" 1930. Acervo do Palácio Rio Branco, em Salvador).
A bela Cidade de Belém (cerca de 1900) uma das pérolas arquitetônicas do Brasil nos séculos 18 e 19. Segundo Rocha Pitta, no início do século 18, Belém era nobilissimamente edificada e enobrecida de suntuosas igrejas ... e das magníficas casas dos moradores.
Fora do mundo acadêmico, poucos sabem que, a partir de 1772, a América Lusitana passou a ser dividida em três estados subordinados diretamente a Lisboa: o Estado do Brasil (propriamente dito), com capital no Rio de Janeiro, o Estado do Grão Pará e Rio Negro, com capital em Belém, e o Estado do Maranhão e Piauí, com capital em São Luís. Mas toda a América Lusitana continuava sendo chamada genericamente e informalmente de Brasil.
Para Waldseemüller, o cartógrafo que deu o nome AMERICA ao Novo Mundo, em 1507, o Brasil era uma das Antilhas, mas a Terra de Santa Cruz seria a AMERICA. Em 1502, os portugueses chamavam essa mesma ilha de Brasill (com dois eles). Entretanto, registraram o Rio de Brasil, junto a Porto Seguro. Mas, no século 14, o Brasil eram os Açores. Mais: os Nomes do Brasil ►
Quando os Portugueses Descobriram o Conceito de Gravidade antes de Newton
A partir do século 4, o Cristianismo espalhou-se rapidamente na Europa. Seguiu-se um desinteresse pelas obras acadêmicas da Antiguidade. Muitos manuscritos de filósofos gregos foram queimados. A Península Ibérica foi invadida e governada por povos germânicos. A Europa entrou em um época de "iluminação espiritual", mas escuridão científica. Felizmente as obras acadêmicas da Antiguidade foram copiadas e aprimoradas pelos árabes, mestres da álgebra, e povos orientais. No século 8, os árabes do norte da África, ou mouros, estenderam seu domínio na Península Ibérica. Assim, Portugal e Espanha não tiveram que esperar pelas Cruzadas, como outros países europeus, para ter acesso aos conhecimentos dos antigos gregos, especialmente sobre Matemática, fundamental para a navegação. Isso muito contribuiu para o pioneirismo de Portugal no ultramar. Do século 15 até meados do século 16, os melhores navegadores do mundo eram portugueses ou aprenderam com eles, caso de Colombo.
Os europeus cultos no século 15, incluindo os navegadores, bem sabiam que a Terra era redonda, mas tinham dúvidas quanto ao seu diâmetro e desconheciam o conceito de gravidade. Assim, pensava-se que habitavam o topo do Planeta e que se navegassem para muito além poderiam cair no espaço. Os portugueses acreditavam que esse ponto ficava logo após o Cabo Bojador (no atual Saara Ocidental). O navegador português Gil Eanes foi convencido pelo Infante D. Henrique a dobrá-lo em 1434, demonstrando que a Terra não acabava ali. Por décadas, os portugueses foram gradativamente estabelecendo postos comerciais ao longo da costa ocidental africana, cada vez mais para o sul. Quando ultrapassaram a linha do equador, nos anos 1470, começaram a entender que não iriam cair no espaço. Assim, os navegados portugueses descobriram o conceito de gravidade muito antes de Newton.
Mais: As Grandes Navegações ►
• Povos Indígenas e Arqueologia.
• Século 15. As grandes navegações, o Tratado de Tordesilhas, o Descobrimento do Brasil e os Falsos Descobrimentos.
• Século 16. A exploração das terras, os primeiros povoados com europeus, as primeiras igrejas e as Capitanias Hereditárias.
◊ Colonização do Brasil. Fundação de Salvador, missões jesuíticas, União Ibérica (1580-1640).
• Século 17. Invasões Francesas e Holandesas. Quilombo dos Palmares.
• Século 18. Expulsão dos jesuítas. Transferência da capital para o Rio de Janeiro (1763). Movimentos de emancipação política.
• Século 19. Reino do Brasil (1815-1822). Guerra da Independência, Império do Brasil (1822-1889), República.
• Século 20. Bombardeio de Salvador, Ditadura Vargas, Segunda Guerra Mundial, Brasília (1960), Golpe Militar (1964) e a redemocratização.
A mais bela paisagem portuária brasileira, uma das mais belas do mundo, Salvador, a Cidade de dois andares, nos primeiros anos do século 20, ainda embalada por seu vigor no século 19, quando era uma das mais ricas e importantes cidades da América. O coração histórico do Brasil perdeu o ritmo em meados do século 20, somente para retomar o fôlego e vigor neste início do século 21.
O arquiteto espanhol Morales de los Rios, ao visitar a Cidade, em 1889, declarou ter visto um dos panoramas mais lindos do mundo.
De acordo com o professor Christopher Ebert, Ph.D. pela Columbia University (Latin American History), Salvador foi de vital importância para o comércio global, entre 1650 e 1750, e o mais importante porto do Atlântico Sul, no período (Disembedding Salvador da Bahia from its Hinterland: Economic and Social Aspects of a Proto-global City in Brazil, 1650-1750). Em verdade, Salvador continuou a ser um dos mais importantes portos do mundo e o mais importante do Brasil até meados do século 19.
O antropólogo português Pedro Agostinho da Silva (1906-1994), em texto para as aquarelas de Emeric Essex Vidal, refere-se a Salvador como a maior e a mais rica cidade do Atlântico Sul durante os tempos dos barcos a vela, o que inclui parte do século 19.
Charles Darwin apaixonou-se pela Bahia quando lá esteve, por duas vezes, em 1832 e 1836. O Capitão do Beagle a visitou três vezes.
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