Miguel de Teive e Argollo

 

Em 1867, Argollo entrou para o Rensselaer Polytechnic Institute, em Troy, Nova York, onde também estudaram os irmãos Lacerda. Lá, ele graduou-se em Engenharia Civil, em 1871.

Em 1872, iniciou sua carreira como engenheiro assistente da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, em São Paulo, criada em 1870, mas as obras foram iniciadas em junho de 1872.

Em 1873, fez os estudos de exploração da Estrada de Ferro Conde d'Eu, na Paraíba, cuja concessão foi dada ao grupo do qual fazia parte outro engenheiro baiano, André Rebouças.

Em 1873, a América do Norte e a Europa entraram em uma profunda crise financeira que estancou a construção de novas ferrovias, também em outras partes do mundo.

Em 1874, Argollo entrou para o serviço público imperial, como engenheiro chefe. Participou de comissões para avaliação de projetos de engenharia.

O engenheiro baiano Miguel de Teive e Argollo nasceu em Salvador, em 10 de maio de 1851. Foi um dos pioneiros na construção de ferrovias no Brasil.

O primeiro titular da nobre família Argollo chegou na Bahia em 1549, com Thomé de Sousa. Foi o fidalgo Rodrigo de Argollo. Sua origem remonta à nobre família Arguello, da Espanha. O pai do nosso engenheiro foi o tenente-coronel Miguel de Teive e Argollo, que lutou na Guerra da Independência do Brasil, nos campos de Pirajá. Nasceu em Cotegipe, Bahia. Casou-se antes de 1842 com sua prima Maria Murtha Ferrão de Pina e Mello, nascida em 7.5.1822 na Casa Grande da Cajaíba, filha do coronel José Maria de Pina e Mello de Argollo e Queiroz. Com o casamento, passou a se chamar Maria Murtha de Argollo Pina e Mello.

Miguel de Teive e Argollo foi aluno do celebrado médico e educador Abilio Cezar Borges, o Barão de Macahubas (1824-1891), que fundou o Gymnasio Bahiano, em 1858 (atual Colégio Estadual da Bahia, o Central).

 

História da Bahia

 

Miguel Argolo

 

Em 1879, ele deixou o serviço público e recebeu a concessão para construir e explorar a Ferrovia Bahia-Minas, uma idealização sua. Tornou-se o diretor geral da Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas. De a 1880 a 1882 ele construiu, como engenheiro chefe e concessionário, 142 km dessa ferrovia, que partia de Caravelas, no sul da Bahia. Todo o projeto e construção dessa ferrovia foi realizado sob sua direção, inaugurada em novembro de 1883. Em 1897, essa ferrovia foi transferida para o Estado de Minas Gerais.

Em 1909, Argollo fundou a Companhia Viação Geral da Bahia, junto com Alencar Lima e Austricliano Carvalho. Essa Companhia tinha a concessão das quatro principais estrada de ferro da Bahia: a Estrada de Ferro Centro-Oeste da Bahia, a Estrada de Ferro Bahia ao São Francisco, a Estrada de Ferro do São Francisco e a Estrada de Ferro Central da Bahia. De 1911 a 1913, essas estradas de ferro foram adquiridas por uma empresa franco-belga.

Miguel de Teive e Argollo faleceu por volta de 1916 e deixou vários trabalhos de engenharia publicados, entre os quais, destacam-se:

- Formulário do Engenheiro, com 232 páginas, em 1875.

- Viação Férrea do Norte de Minas, 1878. Refere-se aos seus primeiros estudos para a construção da ferrovia Bahia-Minas.

- Caderneta de Campo, 1878, um manual sobre a construção de estradas de ferro.

- Planta Cadastral da Cidade do Rio de Janeiro.

- Memória Descriptiva sobre a Estrada de Ferro Bahia e Minas, 1883.

- Mapa do Estado da Bahia, 1892.

 

Estrada ferro

 

Argollo assinou também um contrato para construir o ramal de Ouro Preto da Estada de Ferro D. Pedro II.

Em 27 de novembro de 1880, Argollo casou-se com Jovianna Crissiuma, filha de Francisco Antonio de Freitas Crissiuma. Com ela teve dois filhos.

Em 1883, Dom Pedro II concedeu-lhe o título de Comendador da Imperial Ordem da Rosa. Segundo os dados biográficos de Argollo no Instituto Rensselaer, ele não aceitou o título por ser republicano, entretanto, textos oficiais da época referem-se com frequência a Argollo como comendador. Também, Sacramento Blake, contemporâneo de Argollo, em seu Diccionário Bibliographico Brazileiro (vol.6), não faz referência à recusa do título.

Argollo também recebeu a patente de coronel honorário do exército. Ele foi engenheiro diretor e arrendatário da Estrada de Ferro do São Francisco, como gerente da empresa Argollo Aragão & Comp. e depois pela empresa Argollo Cardoso & Comp. (1901). Essa ferrovia partia de Alagoinhas e atendia as cidades de Serrinha, Senhor do Bonfim e Juazeiro.

 

Rensselaer

 

Argollo é apresentado, com destaque, nos registros do Instituto Rensselaer. A estação ilustrada é a de Juazeiro, construída por Argollo e inaugurada em 1896. Foi demolida em meados do século 20.

 

A Memória Descriptiva sobre a Estrada de Ferro Bahia e Minas, 1883 (198 páginas), foi uma publicação que cumpria um item do contrato de Argollo com o governo da Bahia, para a construção da ferrovia. O texto do livro demonstra o talento do autor como escritor e cientista.

 

Cartão postal, enviado em 1906, com a assinatura Miguel de Teive e Argollo, com a Estação da Estrada de Ferro do São Francisco - Alagoinhas. Argollo era o arrendatário e engenheiro responsável pela construção dessa ferrovia.

 

Bahia seculo xix

 

Memoria descriptiva

 

Cultura baiana

 

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Miguel de Teive e Argollo

 

Historia da Bahia

 

Por Jonildo Bacelar

 

(1851 - 1916?)

 

 

 

 

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