Bahia no Século 18
No início do século, Salvador era uma grande metrópole, para os padrões da época. Seu porto era altamente movimentado, embora o comércio fosse limitado a Portugal e seus territórios ultramarinos. Alguns navios estrangeiros atracavam aqui por razões diversas, mas seus tripulantes eram bem vigiados.
Na Bahia, como no mundo colonial da época, as principais atividades produtivas tinham como base a mão de obra escrava. No século 18, a produção baiana era bem diversificada e incluía açúcar, algodão, fumo, couro e outros. Segundo Dias Tavares (História da Bahia, 2001), o ouro da Chapada Diamantina começou a ser explorado e existiam cerca de dois mil mineradores na região aurífera baiana, mas as minas foram fechadas, em 1717 (Jacobina) e em 1721 (Rio de Contas), por ordem da Coroa, buscando concentrar a produção em Minas Gerais.
As Capitanias de Ilhéus e Porto Seguro foram adquiridas pela Coroa e unificadas na Capitania da Bahia. Porto Seguro, em 1759, e Ilhéus em 1761.
A capital da América Lusitana possuía duas instituições de educação em nível superior: os Estudos Gerais do Colégio dos Jesuítas, com quatro faculdades, e uma academia militar para a formação de engenheiros, no Forte de São Pedro. Nesta formou-se o engenheiro baiano José Antonio Caldas, o mais renomado engenheiro brasileiro até sua época.
A arte sacra baiana foi de grande destaque no século 18 e suas igrejas, ricamente decoradas.
1707 - Começou a Guerra dos Emboabas, com disputa entre principalmente baianos e paulistas, pelo domínio da área de minas descobertas no atual território de Minas Gerais. A Guerra terminou em 1709, com vitória dos baianos.
1750 - Dom José I subiu ao trono e nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal (1769) como primeiro ministro (1750-1777).
1759 - Os jesuítas foram expulsos da América Lusitana. Suas instalações e igrejas foram assumidas pela Coroa Portuguesa. Seguiu-se uma reforma educacional que resultou em degradação do ensino no Brasil.
1763 - A capital do Estado do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. Salvador continuou a ser a capital eclesiástica da América Lusitana, até 1892, e a capital jurídica de sua parte norte, até 1808.
1777 - Dona Maria I subiu ao trono. Pombal foi demitido.
1778 - O naturalista baiano Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815) foi nomeado pela Rainha para chefiar uma comissão científica pelas capitanias do norte e centro-oeste do Brasil. A expedição foi realiza de 1783 a 1792, registrando dados sobre a fauna, a flora e seus habitantes. Esse trabalho foi publicado, em dois volumes, na obra Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá, com muitas ilustrações.
1785 - Em 5 de janeiro, a Rainha D. Maria I proibiu fábricas e manufaturas no Brasil. Proliferaram-se os artesãos.
1792 - O Príncipe Dom João assumiu o governo de Portugal, por incapacidade da Rainha. Tornou-se Príncipe Regente em 1799.
1798 - Deu-se a Conjuração Baiana, um movimento de emancipação política iniciado por intelectuais e membros da elite baiana, em 1796. Ganhou apoio popular, envolvendo escravos, caboclos, artesãos e soldados. O movimento foi sufocado e quatro mulatos foram enforcados.
No final do século 18, com a queda na produção de minerais das Minas Gerais, a Bahia voltou a ser a mais rica capitania brasileira. Salvador continuava como a maior cidade.
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A magnífica Catedral da Sé da Bahia em seu apogeu, no século 18, vista da Baía de Todos os Santos (reconstituição de Vilhena, editada). Foi o maior templo religioso construído no Brasil até a época. Devido a problemas estruturais, seu frontispício foi demolido no final daquele século. Todo o templo foi demolido em 1933.
Rio de Contas, na Chapada Diamantina, por volta de meados do século 20. Com a descoberta de ouro, no leito do rio Brumado, muitos mineradores migraram para a região. Em 1723, fundou-se a Vila de Minas do Rio de Contas, transferida para o sítio atual, em 1745.
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Bahia no Século 18
Por Jonildo Bacelar
Acervo IBGE